Que palavra!

O que é isso?

Para que serve?

Interessa?

Bem, seja como for, parece que é algo um tanto fora de moda. É interessante, por sinal, que, quando o comportamento de alguma figura pública(artista, geralmente) é descrito como "irreverente", ele soa positivo ou, no mínimo, engraçado.

Para os mais conservadores, então, que prezam a reverência -seja o que isso for – tal comportamento pode ser um sinal de decadência cultural ou moral (“no meu tempo não era assim…” – e é claro que o “meu tempo” era melhor).

Entretanto, não me parece ser bem isso, ou não só isso. Muita irreverência talvez seja reação a comportamentos vazios e hipócritas – ou seja, falsos, que se deseja desmascarar – o que certamente é bom.

Pois bem, mas o que é então a tal da reverência? Vamos tentar definir: seria uma atitude de respeito e submissão a alguém ou alguma instituição, demonstrando que o reverenciado é superior e que dispõe de direitos incontestáveis sobre quem o reverencia. Geralmente ela é expressa por meio de alguma posição física de submissão e silêncio ou de uma linguagem especial cuidadosamente escolhida.

Exemplos de pessoas reverenciadas podem ser os pais, os mais velhos, mestres de todo tipo e autoridades quaisquer (civis, militares, religiosas, etc.), algum possível espírito e, acima de tudo, Deus.

Na forma de instituições, a reverência se estende às que representam essas pessoas, tais como órgãos do governo, a Pátria, a Igreja, etc.).

Podem ocorrer dois problemas com essa atitude:

Pode ser inadequada: podemos reverenciar quem não merece nossa submissão e, com isso, tornar-nos instrumentos de alguma causa maligna ou, no mínimo, inútil, desperdiçando nossa vida com tolices ou coisa pior.

Pode ser falsa, resumindo-se a mera expressão externa, sem convicção. Nesse caso trata-se de mentira e, muitas vezes, de mentira para si mesmo. A pessoa acha que, por assumir certas expressões, obtém méritos diante do reverenciado. Se, por exemplo, eu for regularmente à igreja e participar meticulosamente de todos os rituais prescritos, Deus ficaria satisfeito comigo e me premiaria. Quem pensa assim, poderá levar um bom susto quando registrar uma resposta de Deus como por exemplo esta transmitida pelo profeta Amós:

“Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembléias solenes… Não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o som das suas canções…”¹

O que terá acontecido para Deus rejeitar de forma tão dura todas as manifestações de adoração daquele povo? A resposta vem logo a seguir:

“Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!”²

Ou seja, era tudo falso. Na prática, seu comportamento era egoísta, ganancioso e de todo modo incompatível com aquele atributo de Deus deque deriva tudo de bom e nobre que nos diz respeito:

“Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.”³

Sem uma relação amorosa com Deus, que ele nos oferece por iniciativa dele e para a qual ele enviou seu Filho Jesus em sacrifício, qualquer reverência, ainda que sincera, errará o alvo – e “errar o alvo” é a idéia por trás do termo que na Bíblia se costuma traduzir por “pecado”.

A irreverência destinada a desmascarar hipocrisia pode ser útile às vezes até necessária, mas ela só terá algum valor se servir para limpar a área para uma reverência genuína que expresse o nosso amor a Deus – e quando isso ocorrer, a forma exterior de manifestá-la (ou não) será secundária, embora não deixe de ter também o seu valor em determinadas situações.

Desejo-lhe que você possa prestar uma espontânea e genuína reverência a Deus por admiração e aceitação do seu amor que nos quer reconciliar com ele por meio de Jesus Cristo.

Referências da Bíblia: ¹Amós 5.21-23 (parte); ²Amós5.24; ³1 João 4.18

Texto de Rolando Körber em parceria com Miguel Herrera

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