Imprensa não desiste de matar Hebe Camargo

Urubus no sofá da Hebe

Uma das características do jornalismo sensacionalista é a cobertura mórbida dos fatos. Doenças, mortes, assassinatos cruéis, essas coisas fofas.

Vejam a Hebe Camargo. Ela é uma gracinha. Personalidade da TV, figura pública, popular, querida. Claro que a internação dela é notícia. Em qualquer veículo.

Mas precisa armar o circo da mídia, apelar, uivar, descabelar, soltar lágrimas de crocodilo? Isso é feio. E só vai parar quando o público não admitir esse tipo de exploração e demagogia.

Otávio Mesquita fica em frente ao hospital falando pieguices. A Globo muda a chamada do filme da Xuxa para incluir a voz da apresentadora.

Enquanto a mulher ainda estava fazendo os primeiros exames, o Jornal da Record entra com link direto do hospital, repórter tenso, como se fosse anunciar um atestado de óbito. Mostram imagens dela em preto e branco, ao lado dos falecidos Ronald Golias e Nair Belo. Como se mostrassem para Hebe seu novo palco. Tsk, tsk.

Jornalistas divulgaram o diagnóstico de câncer antes dos médicos e agora falam da morte antes de ocorrer. Isso que é furo. N’água. Quase matam a Hebe antes da hora! Essa era a notícia que todos ali queriam dar? Calma.

A coisa é tão séria que a família da artista tentou evitar que ela assistisse à TV. Sabem com o que estão lidando. Fazem parte desse show há anos.

O saldo costuma ser desinformação e misticismo. Pela forma patética como apresentadores, repórteres e comentaristas se esforçam no campeonato de falsidade e oportunismo.

As especulações nesse tipo de evento não têm limites. Nem senso de ridículo. É um canibalismo da alma. Se puderem, invadem quarto de hospital, filmam cirurgia, usam colete da Policia Federal.

Sempre haverá esses camelôs do sofrimento. E quem fique assistindo ao voo dos urubus. Sai pra lá, coisa ruim.

O Provocador

Marco Antonio Araujo

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