Dia dos namorados

Olá amigos leitores, já estava com saudades, pois faz um tempo que não dou as caras por aqui.
Hoje venho aqui pra escrever sobre o dia dos namorados e me solidarizar com alguns amigos e amigas que passaram esta data solitários chorando as pitangas. Vou contar como foi o meu “dia dos namorados”…Sei que essas são datas inventadas pelo comercio só pra arrancar grana da gente (dia dos pais, das mães, namorados, natal, páscoa e tudo mais), mas não entrar no clima e deixar de comemorar cada uma delas é muito frustrante. E esse ano, (depois de muito tempo sem uma namorada fixa) eu não escapei e comemorei o tal dia, mas, vale lembrar que a questão não é só o dia em si, tem toda uma programação envolvida: existe aquela tensão pela escolha do presente, o lugar onde levar a amada, a vontade de que tudo seja perfeito e que a data seja inesquecível. E creio que esse ano eu passei bem…já que tive alguns tropeços pelo meio do caminho e claro, o que colaborou para que o dia fosse marcante…
Tudo começa no inicio do mês, um diz pro outro que não precisa de presente, pois como sempre os dois estão duros e não estão podendo gastar com presente nenhum. Acordo feito, mas os dois sabem que nenhuma das partes irá cumprir o trato. (Dito e feito, no outro dia eu flagrei minha namorada numa loja comprando meus presentes). Ai saí cada um para seu lado na angústia de pensar no que dar de presente, você sabe que tem que ser perfeito e original, aí começa a olhar todas as vitrines da cidade em busca do presente ideal.
Então, começa o desespero ao ver cada plaquinha com os preços, blusinha X, sapato X, calça X, e finalmente quando você acha algo que caiba no bolso… esse algo não cabe nela! é sempre três números pra cima ou pra baixo, ai você começa a por em prática toda a criatividade pra compensar a sua falta de grana.E, pensando assim, lá fui eu por em prática minha criatividade, olhando de loja em loja até encontrar o presente ideal, passei a semana inteira pensando e imaginando a reação dela ao receber cada objeto que eu via. Até que encontrei um cartão que era uma caixinha bem bonitinha que se desmanchava ao abrir formando um lindo cartão com uns dizeres bem bacanas e, além disso, eu escreveria algo mais pra dar um toque de exclusividade, e o preço, esse sim cabia no meu bolso (raso), comprei o tal cartão. Mas ainda assim faltava alguma coisa, então tive A idéia: como a caixinha era pequena, eu compraria uma lingerie (esse nome eu tive que procurar no google) e colocaria a calçinha dentro da caixinha e ela ficaria feliz e sorridente ao ver a caixinha se abrir com a calçinha dentro. Leria os dizeres do cartão e mais o que eu tinha escrito ai, era só correr pro abraço…
Bem, na teoria tava tudo certo era só colocar o plano em ação, fui então procurar a tal lingerie, entrei em várias loja sob os olhares desconfortáveis das clientes femininas e achei, finalmente, a tal lingerie. Já imaginei como a peça ficaria ainda mais bonita ao ser preenchida por minha amada, mas, quando a vendedora me disse o preço, quase tive um infarto.
-O que??? tudo isso só por esses pedaçinhos de panos?
-” É senhor, é uma lingerie linda, e garanto que o senhor ira gostar…”, afirma a vendedora na tentativa de embolsar a comissão.
Tudo bem, quem sou eu pra discutir com uma vendedora quem manja de todas as técnicas de persuasão e venda? Afinal, ela tinha toda razão, eu ia adorar ver minha amada usando o presente. Até ai tudo corria conforme o planejado, eu pegaria a peça de baixo da lingerie colocaria dentro da caixinha/cartão e, beleza. Minha noite estaria garantida e todos sairíamos contentes.
Mas eu ainda não estava satisfeito com isso, acho que por ter ficado muito tempo dentro da loja feminina devo ter me contagiado por uma doença peculiar do gênero feminino, pois ao passar em frente a uma loja eu vi uma bolsa maravilhosa, (ui) e resolvi comprar pra ela também (acho que fiquei tempo demais dentro daquela loja). Bom, a parte dos presentes estava toda acertada, cartão/caixinha, lingerie, bolsa,enfim, era só escrever o cartão, colocar a calçinha dentro, embrulhar a bolsa num belo saco de presentes, bem como o restante da lingerie, entregar e correr pro tal abraço… sai do serviço e fui fazer todos esses preparativos em casa, e claro, também ligar pra um bom restaurante e fazer e reserva pois, com certeza, todos os bons lugares da cidades estariam lotados por conta da data. Minha surpresa foi grande quando fui pegar a bendita calçinha e não encontrei, ao mesmo tempo que minha namorada me ligou pedindo pra eu ir buscá-la (com o presente em mãos, claro) ai tive que escrever o cartão às pressas, mas onde foi parar a dita cuja? Escrevi: aqui era pra ter uma calçinha, mas como sou um pouco atrapalhado, eu perdi… Te amo. (belo poema) mas originalidade que isso, impossível. Pelo menos consegui boas gargalhadas no lugar daquele belo sorriso de gratidão. Mas ainda tinha a segunda parte, “o jantar romântico”.
No horário combinado passei na casa dela, como sempre, ela ainda não estava pronta, ainda tinha que arrumar cabelo, passar isso, passar aquilo, como mulher embaça pra sair de casa. Tudo isso pra depois colocar um capacete e irmos de moto até o tal restaurante, o que foi muito bom, já que estava um trânsito infernal. Chegamos lá, coloquei a trava na moto (maldita trava) e entramos no restaurante, que estava lotado, mas como tínhamos reserva, nossa mesa já estava a nossa espera com uma linda rosa. Nossa, foi recompensador ver o sorriso no rosto de minha amada, ao invés das gargalhadas da primeira parte. A noite estava perfeita, lugarzinho aconchegante, só luzes de vela no ambiente, tudo estava realmente perfeito, boa bebida, boa comida, ótimo serviço, era quase o paraíso na terra. Já satisfeitos resolvemos ir embora e recebo na saída do restaurante um belo beijo de gratidão, pela noite. Subimos na moto e saio em arrancada, de repente, um tranco só no chão eu e ela percebemos que eu tinha esquecido de tirar a maldita trava (que fica na roda da moto). Pra nossa sorte os casais dentro do restaurante estavam ocupados demais pra perceber nós dois, ali, jogados no chão, em frente ao restaurante. Assim, com alguns hematomas, fomos embora. Quando ela foi descer da moto e tirou o capacete, quase perde a orelha já que o brinco na queda anterior, tinha enroscado no capacete de tal maneira, que foi uma briga feia pra se soltar . Depois de todos esses incidentes, terminamos nossa noite com dúvida se tínhamos dó ou inveja dos solitários, mas com uma certeza: estávamos muito felizes. Obrigado minha preciosa!
Cleoci Pinheiro

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