A Maneira Mais Simples De Criar Experiências Lucrativas

“Oi vizinha, chegou na hora, tá estourando, a quentinha de bacon! Meio a meio?!”
E o cheiro incrível completa o convite irrecusável para quem passa pela praça Tiradentes no coração de Curitiba.

A rotina de trabalho começa às 6h da manhã e vai até às 21h. O milho importado é para garantir uma pipoca maior, mais macia e com menos casquinhas.

O anfitrião e a esposa recebem cada visitante com um sorriso largo em uma nave com uma limpeza impecável.

E se você se perdeu no calendário, basta olhar para um dos bolsos do uniforme deles. Lá está estampado o dia da semana para mostrar que a troca da farda é feita todos os dias.

“Nave” é como o pipoqueiro chama o carrinho onde ele realiza seus sonhos.

Há 2 anos ela foi turbinada com uma placa de energia solar para se tornar o primeiro carrinho de pipocas ecológico do Brasil.

Insumos de primeira, higiene impecável e cortesia no atendimento. Óbvio que a qualidade tem que ser boa, né?

Mas será que isso seria suficiente para destacar esse negócio, que tem um concorrente a cada 200 metros, sendo que o que é vendido é algo comum, basicamente uma commodity?

Uma boa desculpa para entregar mais do mesmo ou mais do milho, concorda?

Não para o Valdir, conhecido como o “melhor pipoqueiro do Brasil”.

O Valdir pensa no freguês antes, durante e depois de consumir o seu produto.

A experiência já começa com a embalagem amanteigada para não passar gordura. Essa é apenas uma das mais de 140 inovações que ele agregou ao seu carrinho de pipocas.

Um dos destaque é o Kit Higiene. Cada cliente é presenteado com um kit com guardanapo, sache personalizado de fio dental e bala de menta para dar um frescor no paladar.

Outro trunfo está no relacionamento com o público. Para fidelizar os “pipocalovers”, Valdir criou dois cartões: no fidelidade, o cliente ganha um saco de pipoca a cada cinco comprados.

E como notou que a partir da metade do mês as vendas caíam um pouco criou o “Oba, Dúzia de Dez”, onde o cliente compra o cartão no começo do mês, paga adiantado por 10 pipocas e ganha 12.

Simples e genial, né?

Pois é, e as novidades seguem pipocando.

A mais recentemente é que durante a pandemia, passou a ser possível pedir a Pipoca do Valdir de casa por meio de um aplicativo de delivery.

Você percebe como esse produto é uma experiência?

A experiência tem a ver com a maneira que você interage com o que você está comprando.

Não é nada de outro mundo, não é caro, é entregar uma experiência que diferencie você.

Tudo o que você promove para oferecer uma experiência melhor para o seu cliente, mais positiva, mais cativante, mais encantadora, é um meio para criar uma memória na mente dele.

Para se adaptar no seu mercado você precisa criar experiências que surpreendam, que aproximem.

E há 4 grandes áreas em que as memórias criadas por essas experiências podem ser geradas:

1. Emocional

Você mexe com a emoção dos clientes de forma que todas as vezes que lembre daquilo, isso lhe cause uma boa sensação.

2. Físicas

Você mexe com os sentidos do cliente, pode ser tato, paladar, olfato ou visão. Se você conseguir atingir mais de um, há uma grande probabilidade de gerar uma boa experiência para o cliente.

3. Mental

Você cria realmente uma experiência na mente e você proporciona uma experiência que só acontece na cabeça dele.

4. Espiritual

Mais do que você ter uma experiência com produto ou serviço, você tem uma experiência espiritual ao comprar aquilo, ao interagir com aquela marca, ao interagir com aquela empresa.

Quando você chega a qualquer um desses 4 níveis, ou de preferência aos 4 níveis, você se torna incomparável com qualquer outro concorrente. Porque nenhum concorrente consegue encantar o cliente tanto quanto você.

Todo mundo, mesmo na crise, que bolar experiências exclusivas tem a chance de vender, se diferenciar e se destacar no mercado em relação ao concorrente que só entrega o feijão com arroz, ou, no caso do Valdir – o milho com bacon.

Eu bato muito nessa tecla.

Na Era Da Experiência Não É Mais Sobre Ter Qualidade

A galera ainda está correndo atrás de ter um produto, um serviço bom e eu não paro de ouvir: “A gente tem o melhor produto e não está vendendo”.

Por que não está vendendo? Porque não é sobre ser bom.

Ser bom é obrigação. Se você não é bom, nem deveria estar no mercado.

Além de ser bom o que mais você tem? Você tem que ser diferente. Quanto produto bom está parado na prateleira?

Na Era da Experiência não é sobre o quão bom é o seu produto ou serviço, mas sobre como o cliente se sente enquanto consome.

“Mas, Agora Está Tudo Mais Difícil…”

Pode até estar, mas agora é exatamente o momento de pensar, alinhar e criar o que será oferecido para o cliente quando o mercado recuperar o fôlego.

Essa pode ser a grande oportunidade de se reinventar dentro do seu modelo de negócios para entregar uma experiência mais cativante para o seu cliente.

Se faça duas perguntas diante dessa situação:

  • Como você pode combinar duas ou mais coisas e criar algo novo para o seu cliente?
  • Como isso é diferente do que você fazia antes?

O que fez a "Nave" do Valdir decolar foi a capacidade dele de conectar mais pontos, criando experiências que agregam valor e mostram para o cliente dele que o produto que ele está levando vale mais do que o preço que ele está pagando.

A chave não está em quantos pontos você tem, mas em quantas conexões você cria e que são capazes de gerar clientes leais e encantados com o seu negócio.

Você não precisa se render a crise ou a pandemia. Outra vida é possível!

Por acreditar que a Era do Encantamento será como um divisor de águas em muitos negócios.

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