O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Sl 23.1

Todas as manhãs o pastor abria a porta do aprisco e chamava suas ovelhas que tranquilamente o seguiam. Conheciam sua voz: seguiam-no sem titubear. Ele as levava por caminhos seguros aos locais de pastos bem verdes e águas fresquinhas. Não precisavam preocupar-se com o caminho: bastava ouvir a voz do pastor e segui-lo. Em locais perigosos, não precisavam assustar-se: o pastor jamais as abandonaria e sempre tinha tudo sob seu controle. Aliás, já o tinham visto mais de uma vez livrar alguma delas da boca de algum lobo faminto. Viviam tranquilas: os problemas eram todos do pastor e elas só precisavam concentrar-se em andar com ele e usufruir de seu amor e cuidados.

Mas nem todas viviam assim. Uma delas, Alter Ego, perdia o sono de madrugada: ouvira dizer que andava chovendo pouco e os pastos estavam secos… angustiava-se ao considerar se poderia encontrar grama verde. E água então? Se não chovia, como poderia beber? Cedo, acordava mal humorada; seguia com as outras, mas queixava-se que o pastor não lhe dava satisfações do caminho escolhido. Aliás, seguia-o angustiada: o tempo todo farejava o ar à procura de pastos e águas adequados; desesperava-se quando não os podia localizar. Quando finalmente chegavam a um bom lugar, em vez de descansar, gabava-se de sua capacidade de encontrá-los, sem perceber que fora carinhosamente conduzida. E nos momentos de risco? Descabelava-se toda, com medo dos predadores; reconhecia-se fraca para enfrentá-los, mas nem percebia as muitas vezes em que o pastor os enxotava antes que chegassem a ela. Após alguns anos esta ovelha parecia ter o dobro da idade das demais, vivia cheia de dores, barriga inchada e pressão alta. E então ficava pedindo ao pastor que a curasse.

Conheço alguém como ela, que inclusive diariamente me encara do outro lado do espelho.

E você? Já aprendeu a descansar (pra valer) no cuidado do Pai?

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